Quase dois terços das empresas que responderam à pesquisa
indicaram que estão expostas a um risco hídrico
O Carbon Disclosure Project (CDP)
acaba de divulgar o relatório “Accelerating Action“, sexta publicação anual de
uma série que mapeia como as principais empresas de capital aberto gerenciam os
recursos hídricos. A pesquisa recolheu dados de 405 corporações, 38% das
empresas listadas em bolsa em nível global.
O documento, de 64 páginas, é
importante por compartilhar detalhes de como elas estão se preparando para
enfrentar a crescente escassez de recursos hídricos em diversos mercados,
inclusive o brasileiro. A entidade também disponibiliza um resumo de oito
páginas e um site onde é possível obter informações separadas por país,
exemplos de boas práticas e detalhamento dos impactos negativos já observados
pelas empresas.
A ONG, que se notabilizou por dar visibilidade à pegada de
carbono empresarial, representa 617 investidores institucionais que administram
US$ 63 trilhões em ativos. O estudo sinaliza que os grandes investidores estão
cada vez mais interessados no nível de sustentabilidade das empresas listadas
nas bolsas de valores, cientes de que há uma conexão entre seu desempenho
socioambiental e evolução do preço de suas ações.
Quase dois terços das
empresas que responderam à pesquisa indicaram que estão expostas a um risco
hídrico e 27% sofreram prejuízos que, somados, superaram US$ 2,5 bilhões em
2015. A portuguesa EDP, por exemplo, estimou que este ano terá perdas de
ingressos entre US$ 167 milhões e US$ 223 milhões em suas operações no Brasil,
devido à seca que comprometeu a geração hidrelétrica no país. Mas a maioria das
empresas que participou do estudo também identificou oportunidades de negócios,
como o aumento de vendas de produtos e serviços, ou a economia de custos
associados à eficiência hídrica.
O documento aponta a Asahi Group Holdings, a
Colgate Palmolive, a Ford, Toyota, Harmony Gold Mining e Kumba Iron Ore
(ambos grupos mineradores da África do Sul), a indústria finlandesa de
cartões Metsä Board e o grupo japonês do setor eletrônico Rohm como
líderes globais na racionalização do consumo hídrico.
Fonte: Instituto Akatu