10 dicas para ser mais sustentável em 2013



1.  Informe-se

A melhor forma de saber um pouco do que se passa no mundo é consumindo (bem) informação. Livros, notícias, filmes e documentários são boas maneiras de entender algumas questões como a escassez de água, os impactos do consumo desenfreado, os abusos no uso de agrotóxicos, a relação entre alimentação e sustentabilidade e assim por diante… Ao tomar contato com alguns absurdos do nosso mundo, fica mais fácil mudar posturas.

2. Alimente-se melhor
Alimentação tem tudo a ver com um mundo mais justo e humano. É bom questionar o nosso modelo de produção e distribuição de alimentos, que revelam uma estreita relação entre a saúde do ser humano e a saúde do planeta. Hoje, boa parte da alimentação brasileira é baseada em monoculturas, ou seja, extensas plantações mecanizadas que desmatam áreas naturais, empobrecem o solo e demandam adubos químicos, fertilizantes e agrotóxicos.

O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo e usa produtos banidos da Europa há mais de 20 anos. Essa permissividade é ruim para os produtores e, claro, para os consumidores.

Outra questão é a do sistema de produção de carne, que não é saudável em nenhum ponto da cadeia produtiva, a começar pela forma como os animais são confinados, alimentados e mortos, passando pela questão da rotina dos trabalhadores de frigoríficos e terminando no consumidor, que não come uma carne “sã”. Segundo Carolyn Steel, autora do livro “Hungry Cities”, na medida em que o mundo se tornou mais urbano, as pessoas “abraçaram” a dieta ocidental e passaram a consumir mais carne – por esse motivo, um terço da safra global de grãos é para alimentar os animais. “Estima-se que em 2050 o número de pessoas vivendo em cidades vai ser o dobro do atual e o dobro de carne e laticínios serão consumidos. (…) Isso é um grande problema”.

Pensar sobre o assunto já é um bom começo. Não é preciso radicalizar, mas conhecer o que você come é importante para fazer escolhas melhores.

3. Evite desperdícios
Segundo o Instituto Akatu, um terço do que se compra de alimentos para uma casa vai para o lixo, enquanto cerca de 65 milhões de pessoas vivem com algum tipo de restrição alimentar no Brasil, de acordo com o IBGE. Os impactos são sentidos pela sociedade e pelo meio ambiente de diversas formas, já que jogar fora o que sobrou no prato não é só se desfazer de comida, mas também desperdiçar a água e energia usados na produção e transporte desses alimentos até a mesa do consumidor.

Por isso, confira a data de validade dos alimentos e certifique-se de que você irá consumir o produto antes do vencimento; em restaurantes tipo buffet, avalie o cardápio antes de colocar a comida no prato; ao congelar, divida alimentos como carnes em porções individuais, em especial se você mora sozinho ou com poucas pessoas; use a criatividade e faça novas receitas com o que você acha que não serve mais. Sobras viram sopas e frutas maduras podem se transformar em geléias.

4. Movimente-se
Pode ser uma boa hora para deixar o sedentarismo de lado. Um corpo saudável reflete um mundo melhor: mais atividades ao livre, uma alimentação melhor, mais relações “reais” (e não virtuais), mais disposição e corpo e mente menos acomodados nas situações do cotidiano.


5. Defenda o espaço público
Em uma cidade com espaços de qualidade, as pessoas podem se encontrar e compartilhar bons momentos com mais facilidade, de forma natural, em praças bem cuidadas, parques acessíveis, calçadas largas e com um sistema de transporte que não privilegie o carro em detrimento dos outros meios de transporte.

Cidades como São Paulo baseiam seu desenvolvimento na criação de espaços fechados – e, portanto, excludentes – em que as compras (e não a saúde, os encontros, o contato com áreas verdes) são o principal incentivo ao passeio, dentro de centros comerciais de onde muitas vezes não é possível ver a luz do dia e “sentir o tempo passar”. Essa lógica ajuda, dentre outras coisas, a consolidar a crença de que a rua não oferece condições seguras e prazerosas para ser vivida ao ar livre (e dentro deste sistema, muitas vezes não oferece mesmo).

Para Eduardo Yázigi, autor do livro O Mundo das Calçadas, as calçadas, lugares reservados para o deslocamento a pé, são fragmentos essenciais para uma cidade mais humana. “Creio firmemente ser impossível humanizar a cidade sem o sistema de pedestres, pois o lado biológico é a grande condição de humanização. Mesmo num momento em que há propostas de criar torres de um ou dois quilômetros de altura, nunca deixará de haver a recriação de um espaço público do pedestre internamente. Sem ir longe demais, a calçada, enquanto contraponto do sistema automobilístico, é o que dá vida à cidade”.

Por isso, participe de movimentos, invente lazeres ao ar livre, chame amigos para passear e se “aproprie” do espaço que também é seu.

6. Economize em casa
Em casa, é possível criar hábitos melhores e, consequentemente, economizar nas contas no final do mês. Algumas atitudes são simples: tire da tomada equipamentos eletrônicos que não estão sendo usados – o modo stand by gasta energia!; coloque lâmpadas fluorescentes, que consomem menos energia que as convencionais e duram mais tempo; feche a torneira para escovar dentes, tome banhos mais curtos e evite usar ar condicionado por muitas horas seguidas.

7. Economize no trabalho
No ambiente de trabalho, dá pra fazer muito coisa legal: carona solidária entre colegas, reaproveitamento de papel (que é muito desperdiçado em escritórios!), uso de canecas individuais para o café e uso ponderado de energia – por exemplo: quando sair para o almoço, desligue o monitor do seu computador.

Além disso, é importante manter os horários em ordem e não abdicar dos tempos de almoço e descanso para ficar em frente ao computador. Lembre-se de que o trabalho é parte importante do seu dia, mas não pode ser a única parte. Uma pessoa satisfeita e com a saúde em dia trabalha e produz melhor.


8. Compre melhor
Há várias formas de fazer isso. No supermercado, faça um a listinha para não colocar no carrinho mais que o necessário. Isso vale principalmente para produtos frescos como verduras e frutas, que estragam com mais facilidade. Dê preferência para produtos locais. Produtos fabricados na região em que você mora percorrem uma distância menor até o supermercado e, portanto, seu transporte emite menos gases e eles chegam mais frescos para o consumo.

Em shopping e galerias, algumas lojas oferecem sacolas enormes para produtos que não ocupam nem metade do espaço. Por isso, se você passar em mais de um estabelecimento, recuse sacolas e embalagens desnecessárias. Coloque tudo em uma só. Além disso, pense no que você vai comprar, quando e onde vai usar ou que espaço aquele objeto terá na sua vida e na sua casa.

9. Leia rótulos
Este é um dos melhores hábitos para consumir melhor. É na embalagem que o produto se apresenta e oferece informações importantes para guiar o consumidor na hora de decidir a compra. Segundo a Anvisa, cerca de 70% das pessoas consultam os rótulos dos alimentos, mas metade não entende adequadamente o significado do que está neles. Veja algumas dicas aqui.

10. Viaje com novos olhares
Viajar é um dos grandes prazeres da vida. Algumas atitudes podem tornar a experiência ainda melhor. Ter a percepção de que o novo não faz parte das suas referências (de cultura, de hábitos) é um dos primeiros passos para aproveitar com consciência.

Ao trazer lembranças, procure o artesanato local, produzido de forma legítima e amigável. Esqueça souvenirs que são arrancados da natureza, como corais, pedras, pedaços de uma construção histórica… Tire fotos ou guarde na memória. Fora do contexto, esse tipo de coisa perde significado e beleza.

Outra dica é conhecer a culinária local. É uma excelente maneira de valorizar a região visitada, já que o consumo de produtos locais é menos agressivo ao meio ambiente e movimenta a economia da região.

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