Além do debate com a professora-doutora Temple Grandin, antes da discussão aconteceu outras duas palestras com Renato dos Santos (Beckhauser) e José Rodolfo Ciocca, Gerente do Programa Abate Humanitário da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA).
Grandin afirma que o Brasil tem excelentes cientistas que reconhecem a importância do bem-estar animal e que têm feito ótimas pesquisas sobre o tema. “Nesse encontro, eu quero que os fazendeiros brasileiros aprendam métodos que possam utilizar nas fazendas”, destacau Temple.
Grandin afirma que o Brasil tem excelentes cientistas que reconhecem a importância do bem-estar animal e que têm feito ótimas pesquisas sobre o tema. “Nesse encontro, eu quero que os fazendeiros brasileiros aprendam métodos que possam utilizar nas fazendas”, destacau Temple.
Temple Grandin
Temple Grandin, 65, uma das maiores autoridades em autismo e bem-estar animal do mundo, vai ministrar um debate exclusivo sobre manejo racional no Portal IEPEC. A professora-doutora foi diagnosticada com autismo na infância, mas superou as limitações ao projetar um sistema de abate mais humano que revolucionou a indústria de carne norte-americana. Em entrevista exclusiva, Temple fala sobre autismo, carreira e as expectativas para o webinar. “O autismo me ajudou no trabalho com o gado porque sou uma pensadora visual. Ou seja, penso por meio de imagens fotorrealistas”, afirma.
Atualmente, mais da metade das fazendas nos Estados Unidos utiliza instalações projetadas por ela. “Quando comecei a trabalhar com gado, eu percebi que eles [os bovinos] tinham medo de distrações pequenas que a maioria das pessoas não percebe, como reflexos, poças, roupas penduradas em uma cerca ou uma corrente balançando”, complementa. De acordo com Temple Grandin, um dos projetos mais significativos elaborados por ela foi o desenvolvimento de um sistema de pontuação simples para avaliar o manejo com os animais. “Pessoas gerenciam aquilo que conseguem mensurar”, explica.
Temple Grandin atua como professora de Ciência Animal na Universidade do Estado do Colorado. É palestrante, autora de diversos livros e já escreveu mais de 400 artigos sobre o tema. Em 2010, a revista Time nomeou Temple uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. No mesmo ano, a HBO lançou um filme homônimo, vencedor de sete prêmios Emmy e um Globo de Ouro. O longa-metragem biográfico mostra a adolescência e o início da carreira de Temple.
Confira a seguir algumas dicas da Dra. Temple Grandin
Eis aqui algumas maneiras simples de melhorar o manejo racional. É muito bom saber que os criadores têm cada vez mais interesse por esse tema. O manejo tranquilo com o gado tem muitos benefícios, que incluem a melhoria no ganho de peso e uma segurança maior para os trabalhadores. O gado se fixa nos detalhes e coisas pequenas que podem passar despercebidas fazem com que o bom manejo seja difícil, quase impossível. Aqui vão algumas dicas simples para melhorar tanto as instalações, quanto a administração da fazenda.
Elimine as distrações visuais
Os bovinos são muito sensíveis a movimentos bruscos e a contraste de luz e sombra. Uma pequena corrente pendurada na entrada do brete, por exemplo, pode fazer com que os animais recuem e deve ser retirada. Faz anos que venho chamando a atenção sobre correntes suspensas e, ainda assim, muitas pessoas não percebem que elas assustam o gado. Eu recomendo entrar no tronco e observar o que os animais vêem. Pode haver, por exemplo, pedaços de papel no chão ou casacos pendurados na cerca.
Os bovinos não gostam de ambientes escuros
As instalações localizadas dentro de edificações tendem a apresentar mais problemas com o recuo do gado do que as instalações ao ar livre. Em um dia ensolarado, os animais frequentemente se recusam a entrar em uma instalação obscura, por algo que chamo de “buraco negro”. Para resolver esse problema, é necessário que a luz natural adentre no edifício. A única maneira de resolver isso é retirando uma das paredes laterais e inserindo painéis de plástico transparentes no teto ou nas paredes para permitir a entrada da luz solar.
Piso antiderrapante
Os animais entram em pânico quando começam a escorregar. Um piso antiderrapante é essencial para manejar racional do gado. Quando os animais se agitam, eles demoram de 20 a 30 minutos para recuperar o ritmo cardíaco normal. Se o tronco ou o brete possui piso escorregadio, o animal fica agitado, pois os cascos sofrem com os pequenos deslizamentos repetitivos. O piso escorregadio é o principal problema dos espaços pequenos de confinamento, como nas balanças, mangueiras e currais.
Fonte: WSPA Brasil
