De acordo com Carlos Joly, coordenador do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo e pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas as previsões mais otimistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) se a temperatura de áreas com Mata Atlântica aumentarem até 2°C, a área de Mata Atlântica poderá diminuir em até 30%; e caso se realizem as previsões mais pessimistas, esse número poderá subir para até 65%.
Para poder se chegar a esse número, foram utilizados para estudo os herbários, que são folhas prensadas de onde se extrai informações e dados sobre a diversidade vegetal, tais como a conservação, ecologia, fisiolo
A partir destes 30 pontos iniciais, utilizaram-se alguns algoritmos para calcular em que outros lugares haveria potencial para a ocorrência das espécies para chegar a um segundo mapa. Segundo Joly, “isso nos permitiu dizer que determinada espécie é capaz de ocorrer em certa localidade, sob certas condições anuais de temperatura e precipitação”.
Por fim, as projeções do IPCC permitiram traçar o panorama para o ano de 2100, considerando tanto cenários mais otimistas como também os menos otimistas. “Estimamos que a porção nordeste dos remanescentes – onde a estimativa é que também haja redução significativa de chuvas – vá diminuir. E a distribuição geográfica das espécies ficará mais restrita a áreas como a Serra do Mar, onde a precipitação é garantida e o relevo impede que a temperatura suba demais”, afirmou Joly.
Fonte: Fapesp
