Os parques e projetos de parques eólicos concentram-se nas
regiões Nordeste, Sudeste e Sul.
De acordo com Eduardo Tosta, especialista em
Projetos de Competitividade Setorial da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI), os motivos são o transporte, além da quantidade e qualidade
dos ventos nos estados dessas regiões.
"A tendência é gerar uma cadeia produtiva perto de onde
vai ser instalado o parque eólico, onde estão os potenciais, as regiões Sul,
Sudeste e Nordeste. Então, a cadeia produtiva de torres, de pás e de outros
componentes de grande porte tende a se formar perto dos fabricantes que estão
próximos de parques para reduzir os custos de transportes, já que não é tão
fácil isso no Brasil", disse à Agência Brasil.
Eduardo Tosta apresentou na quarta-feira (27) no 5º Brazil
Windpower, encontro que reúne, no centro de Convenções Sul América, no centro
do Rio, representantes das principais empresas da cadeia produtiva da indústria
de energia eólica e é promovido anualmente pela Associação Brasileira de
Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e
pelo Grupo CanalEnergia, o mapeamento da cadeia produtiva da indústria eólica
no Brasil, feito pela ABDI.
Tosta informou que o trabalho indicou que é preciso haver
uma parceria maior entre as políticas energética e industrial, mais colaboração
entre os fornecedores das montadoras de equipamentos com os fornecimentos em
contratos de longo prazo e mudança na metodologia na aquisição de energia para não
criar gargalos produtivos.
De acordo com Tosta, o mapeamento apontou ainda que há
segmentos no setor que registram ociosidade de até 50%. "Existe hoje uma
ociosidade. Em alguns setores existe a sobrecapacidade, mas em outros, nós
visitamos fornecedores que disseram que hoje não há pedidos suficientes.
Este tipo de ajuste é feito pelo próprio mercado", explicou.
Este problema também foi apontado pelo presidente executivo
da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José
Veloso. "Hoje temos esta questão, por um lado existe uma demanda muito
grande que os fabricantes não vão suportar e, por outro, temos fabricantes sem
encomenda. Problemas pelo caminho nós vamos ter. Estamos desenvolvendo uma nova
indústria. Não se desenvolve uma nova indústria da noite para o dia ",
analisou.
Em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11%
da matriz energética brasileira, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE). Neste ano, o setor vai investir R$ 15 bilhões e, segundo a
presidenta da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia
Melo, a perspectiva é manter este patamar de investimentos nos próximos
anos.
Fonte: Agência Brasil