Como a poluição está afetando as tartarugas no mar do Havai

A atividade dos humanos que vivem na costa do Havai está afetando as tartarugas-verdes que vivem nas águas pouco profundas ao largo da costa havaiana. Um estudo conjunto da National Oceanic and Atmospheric Administration, Duke University e University of Hawaii concluiu que os escoamentos agrícolas e urbanos estão a provocar mais tumores nas tartarugas-verdes.

Os cientistas rastrearam os locais onde as tartarugas tinham índices mais elevados de fibropapilomatose, uma doença que provoca saliências tumorais brancas, especialmente na zona dos olhos, barbatanas e axilas.

Ao examinarem os tumores das tartarugas, os investigadores encontraram uma quantidade elevada anormal de uma molécula chamada arginina – uma característica que os répteis doentes partilham com a sua ponte primária de alimento, as algas. Uma espécie concreta de alga, a Hypnea musciformis, que possui elevadas concentrações de arginina, elemina as espécies de algas locais. Como tal, as tartarugas vêm-se forçadas a comer esta espécie invasora, que é menos nutritiva e possui elevadas quantidades de arginina.

Os cientistas indicam que as tartarugas que se alimentam exclusivamente destas algas invasoras sofrem de mais tumores. “Se esta doença fosse um carro, a arginina seria o seu combustível”, indica Van Houtan, biólogo na Duke University e investigador do estudo, cita o Dodo. As tartarugas podem estar a ingerir entre cinco a 14 vezes mais arginina perto dos recifes poluídos, alertam os cientistas.

Quando os esgotos lixiviam para o mar, especialmente o nitrogénio, o crescimento das algas é acelerado, desencadeando uma cascata de nutrientes, que acaba por provocar os tumores nas tartarugas. A fibropapilomatose é mortal se não for tratada. Como muitas das tartarugas com a doença nunca são avistadas, os animais acabam por morrer sem receber tratamento.


Além da doença provocada pelos esgotos, as tartarugas-verdes estão ainda ameaçadas pela perda de habitat e pelas redes de pesca. Actualmente, esta espécie está classificada com ameaçada.
Fonte: Green Savers

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